segunda-feira, 24 de junho de 2013

ÀS VEZES, O AMOR DÁ NISSO


De repente, no meio do beijo, ele para, olha pra ela e diz:
“Meu amor, você está morta pra mim!”
“Lá vem você com as suas lorotas, Arnaldo.”
“Não é lorota, Bia. Dessa vez, não. Pra mim, você está mesmo morta. Morta e enterrada. Já está até fedendo... Não sente?”
“Sinto. É claro que sinto! Sinto o cheiro dessa privada fedida que você não lava nunca. Nem quando me chama pra vir aqui foder com você.”
“Epa, eu não tenho mau hálito, gatinha!”
Bia estremece. Fica sem saber o que dizer.
Ultimamente, o namorado vinha repetido baboseiras como aquela...
Talvez ele esteja enlouquecendo, pensa ela, num lampejo.
E então sorri. E beija mais, e mais, e mais.
Até ficar com a língua doendo. De verdade.